Solidariedade do Momento

Sou toda a favor da solidariedade, de ajudar quem mais precisa (sejam pessoas ou animais): do voluntariado (já fiz alguns), de adopção de animais (já perdi a conta aqueles que adoptei), de doar roupa e outros bens, de dar uma moedinha aos sem-abrigo e de ajudar as associação (Banco Alimentar e afins).

Mas parece que vivemos na "solidariedade do momento". As pessoas só ajudam aqueles que se encontram na crise que passa na televisão e nas redes sociais. Há uns meses atrás era o Nepal. Agora já nem se houve falar mais deles (pobres coitados), não se sabe como estão. Neste momento são os refugiados: é só ver grupos a fazerem manifestações, a enviar comida e roupa. Daqui a um mês já vai estar tudo esquecido dos refugiados, porque entretanto apareceu um nova crise algures.

O mesmo se passa com os animais: se aparece um cachorrinho na televisão que foi abandonado dentro de um saco do lixo no rio, passado umas horas já tem quatro pessoas a lutarem para serem os seus donos. Mas e os outros? E aqueles de quem a televisão não fala?

E na altura da aprovação do casamento gay: toda a gente no facebook a transformar a sua imagem de perfil em arco-íris. 

Parece que ajudar os outros se tornou numa moda: aquilo que se houve falar é para onde toda a gente corre a ajudar ou a partilhar imagens no facebook. O resto, parece que não existe.

Atenção, não estou a dizer que não se deve ajudar as pessoas só porque aparece na televisão, nada disso. É de louvar quem o faz do fundo do coração. Mas há uma diferença entre as pessoas que o fazem sempre que podem, e as outras que fingem que ajudam, só porque fica bem.