Eu e o meu amor

Cada vez sou mais reservada com certos assuntos. O meu namoro é um deles. Gosto de manter as coisas só entre mim e ele, afinal, só a nós dois é que diz respeito. Não gosto de partilhar a minha vida pelo facebook, como se houvesse uma guerra para ver qual é o casal mais fofo e cutxi-cutxi que consegue arrecadar mais "likes".

A maior parte das pessoas gosta sempre de dar "conselhos". «Olha que se fosse a ti não fazia isso.» «Se eu estivesse na tua situação, não admitia.»... Gostam de pôr o dedo na ferida, de relembrar situações menos boas que já tinham sido perdoadas e esquecidas. Parece que têm gosto em estragar algo que é tão lindo e que está a correr tão bem. Não sei se é inveja de verem os outros felizes, de os outros possuírem uma alegria genuína que eles ainda não encontraram ou que já à muito que perderam. Ou se calhar, a vida deles é tão aborrecida que sentem necessidade de viver a dos outros.

O que vale é que eles têm sempre solução para tudo, são uns sabedores sem nada saberem. Acham que as relações são iguais, as pessoas são iguais, as circunstâncias são iguais, os sentimentos são iguais. Mas não são, nem de longe, nem de perto. 

Como se costuma dizer «Cada um sabe de si...». E eu sei de mim, e do meu amor. Sei por aquilo que passamos, o bom e o mau e como resolvemos e devemos continuar a resolver, assim como aquilo que ainda deve ser melhorado. Não é perfeito, ninguém o é, nós não o somos. A verdade, é que também não queremos ser. Estamos bem assim, felizes, aninhados no amor e na amizade um do outro. E não gosto que os outros venham cá meter o bedelho. Querem cusquices, vão ver a novela da TVI ou ler uma revista cor-de-rosa.