Era uma paulada no meio dos cornos

Se há algo com o qual não me contenho é quando mal-tratam os animais, neste caso em particular, os animais do zoo.

Enquanto estava a lanchar no bar do zoo (onde estou a estagiar) com a minha colega, um homem estava a apanhar coisas do chão (como paus) e divertia-se a atirar ao gibão (para quem não sabe o que é, clique aqui). Nem sequer estava a atirar para o assustar, estava mesmo a acertar nele.

Eu virei-me para a minha colega e disse que tínhamos que ir falar com o cabrão homem.

Ele atirou um pau, e nós caladinhas. Atirou o segundo e eu já a explodir de raiva por dentro. Enquanto estava à procura do terceiro objecto para atirar, eu passei-me. Segundo a minha colega falei bastante alto e com toda a convicção do mundo (resumidamente, fui má), mas a verdade é que estava a tremer por dentro. Estava tão nervosa que bloqueie e nem me lembro o que disse. Ao que parece foi algo do género: «Oh desculpe lá. Esteja quietinho. O animal está aí tão sossegado e você está a atirar coisas ao animal. Acha isso bem?» e ao que o senhor me mostra o que ia atirar (uma bolota, acho eu) e faz um gesto como quem diz «É uma cosia tão pequenina, vou só atirar mais este e depois paro.». Ainda fiquei pior e continuei o meu discurso/sermão: «Não vai nada atirar isso.Nem isso nem mais nada. Deixe o animal em paz e pare de o assustar. Esteja mas é quietinho.». 

Eu não percebi, mas eu estava a falar bem alto com mais visitantes e a família dele (com dois miúdos pequenos) a verem. Basicamente humilhei o homem em frente do zoo. Mas ele ainda teve a lata de se virar para os filhos e dizer que «a menina é má.». Mas que merda de exemplo é que ele está a passar aos filhos? Que não faz mal magoar e assustar os animais?

Sei que não fui o mais correcta. Que deveria ter falado com ele em particular e mais calma, mas não me consegui conter. 

Mas a minha colega nem piou. Diz que ficou cheia de medo de mim. Que não estava nada à espera que eu me chateasse assim. Ela queria ir falar com o senhor em privado, mas eu antecipei-me. Não ia passar a mão na cabeça do homem e dizer que estava tudo bem. Devia era ter atirado um pau à cabeça dele para ver se ele gostava.