terça-feira, 29 de julho de 2014

Desafio - Just Say It || Part 3

Fugindo agora ao tema dos posts anteriores, vamos falar um bocadinho sobre a sociedade. E as perguntas que deixo hoje são:

Consideras as redes sociais, como o facebook, como algo benéfico ou prejudicial para a sociedade?
Como seria para ti, a sociedade perfeita?
Quais consideras ser os principais problemas dos jovens de hoje em dia?

Rosemary D
A sociedade de hoje em dia, como todos sabemos, é muito superficial – liga à aparência das pessoas e não a quem elas são realmente. Um dos fatores que mais contribui (e contribuiu) para isso são as redes sociais. Falemos no caso do Facebook. Já apareceu nas notícias e tudo que o Facebook é uma das causas para que alguns casamentos acabem em divórcio. Não estou para aqui a dizer que as redes sociais são as culpadas de todas as Guerras Mundiais, mas temos que admitir que são uma das causas para que a sociedade ande como anda agora: uma porcariazinha autêntica. 

Não existe coisa como que uma sociedade perfeita. Mas podia eventualmente existir uma sociedade onde as redes sociais não são sites pornográficos, onde as crianças podiam sair à rua como antigamente, onde as pessoas se ajudassem umas às outras e não se julgassem por serem heterossexuais. Uma sociedade perfeita não existe e está longe de existir tendo em conta o rumo que as coisas estão a levar, mas não seria melhor que pudéssemos sair à rua descansados, porque sabíamos que não nos iriam julgar pelos nossos defeitos? Não seria melhor uma sociedade onde a ganância e o egocentrismo não existissem? 

Mas quando falamos de sociedade, afinal falamos de quê? Bem, sobretudo dos jovens. Mas como é que são os jovens de hoje em dia? Sobretudo, são jovens julgam imenso. Os principais problemas são mesmo o facto de todos serem julgados por todos. Quer seja porque o pai morreu ou a mãe, porque a roupa não condiz ou porque não é de marca. Depois também existem jovens que fazem todos os possíveis para terem roupas de marca: é esse o problema deles – não querem andar com roupas que não sejam de marca. Os jovens ligam muito às aparências, preocupam-se com os ténis e as roupas e se tem dinheiro para comprar relógios, mas não querem saber se vivem na miséria por causa disso: o problema deles é ter roupas de marca. E quem não tem roupa assim, “não presta”. Preocupam-se com aspetos superficiais e esquecem-se de quem são por dentro.

Se há coisa que adoro são as redes sociais. Não vou dizer que não abuso do seu uso no dia-a-dia porque estaria a mentir, mas também é verdade que já não imagino a minha vida sem elas. Como iria falar com todas as pessoas que estão longe de mim? Como poderia vê-las e preencher um bocadinho do vazio que a saudade deixa? Sem as redes socias ser-me-ia impossível e certamente já teriam desaparecido da minha vida mais de metade daquelas pessoas que por diversas razões tiveram de seguir um caminho diferente do meu. É por isso que as considero extraordinárias: por conseguirem fazer o longe um bocadinho mais perto. No entanto, compreendo que há pessoas que abusam delas e não veem vida para além do ecrã de um computado. Isso, sim, é preocupante. E talvez esse seja um dos principais problemas dos jovens de hoje em dia. É assustador que as pessoas prefiram as declarações públicas numa rede social a umas palavras privadas sussurradas ao ouvido que nos fazem arrepiar, que finjam ser o que não são para terem mais seguidores/amigos, que se despiam nas fotografias para terem mais gostos, que esqueçam de quem são para agradar a uma sociedade completamente imperfeita. É totalmente incompreensível. Até porque ter uma sociedade perfeita não é algo tangível. É impossível que a sociedade aceita cada um da maneira que é, que não te critique a cada erro teu, que não te deite abaixo sempre que estiveres mais alto que eles. Que não faça notícia das desgraças dos outros, que te respeite, que não se interesse mais pela tua vida do que pela delas. É impossível haver uma sociedade que te queira ver melhor que ela, que não fale mal de ti nas costas, que te ajude por generosidade, que não pense naquilo que já foste ou fizeste.


Consideras as redes sociais, como o facebook, como algo benéfico ou prejudicial para a sociedade?
Não há nada pior como a distancia e o tempo. São factores determinantes nas relações entre as pessoas e nisso as redes sociais vieram fazer coisas incríveis. Podemos estar em qualquer parte do mundo e estar em contacto com quem quisermos e mesmo assim não perder relações. Podem tambem criar novas, como nós agora mesmo! Mas não são só vantagens, a perda de privacidade e segurança é a contra partida. Acho que nenhum de nós tem noção do que podem descobrir sobre nós pela forma como a sociedade está organizada. As redes sociais são só mais uma facilidade mas às claras. Sabemos que uma vez na net, para sempre na net. Se está partilhado é porque assim é uma escolha nossa e disso todos temos todo o tipo de informação. Só não somos mais "resguardados" porque não queremos. 

Como seria para ti, a sociedade perfeita?
Por aquilo que vejo e sinto a maior decadência da nossa sociedade são os valores. Não estamos só numa crise económica mas sim de valores, ética e moral. Acho que as pessoas são demasiado ambiciosas, egocêntricas e sem qualquer valor moral e, para mim, esta é a culpa de não evoluirmos enquanto sociedade. Se resolvermos isso é mais um passo para a minha sociedade perfeita. Ou melhor, o passo chave. Este défice condiciona tudo o resto: os crimes, corrupção, decadência da classe politica, empregabilidade, natalidade... Como que uma gigantesca bola de neve positiva.

Quais consideras ser os principais problemas dos jovens de hoje em dia?
Eu acho que o problema dos jovens de hoje em dia são os mesmos de sempre apenas reflectidos à luz dos acontecimentos mais recentes. A empregabilidade é a pedra no sapato da nossa geração. As pessoas estão a ir contra aos seus sonhos, estão a duvidar de si, a perder a esperança... Vejo também que a nova geração de jovens é assustadoramente despreocupada e com pouca estima por si proprios e pelo seu corpo. Há uma desenvoltura aos 13 que "no meu tempo" não havia... Ainda éramos crianças! Agora não, crescem demasiado depressa.


Consideras as redes sociais, como o facebook, como algo benéfico ou prejudicial para a sociedade?
As redes sociais têm-me sido muito úteis, quer para manter relações de amizade em que fisicamente estamos afastados, quer para ficar a conhecer um mundo de coisas novas e não necessariamente pessoas. Para mim é muito mais prático falar com todos aqueles que quero pelas redes sociais. Mas tal como vejo várias vantagens das redes sociais também vejo algumas desvantagens, por um simples motivo: nem todos as usam com as melhores intenções. Além disso as redes sociais tanto servem para aproximar os mais distantes como para afastar os mais próximos.

Como seria para ti, a sociedade perfeita?
Considero uma coisa perfeita quando ela é boa e realizável, por isso há várias coisas na sociedade que eu acho que estão bem assim e que se fossem alteradas não iria existir uma sociedade, mas outra coisa qualquer. Há então algumas coisas que se existissem eu gostaria mais da sociedade, na qual vivemos e com a qual convivemos, como: mais e melhores oportunidades de emprego; pessoas mais esforçadas e persistentes; mais educação das crianças (e não me refiro às escolas); opções de lazer e bem-estar gratuitas com mais frequência; pessoas com mais interesse pela cultura e em se aculturar.

Quais consideras ser os principais problemas dos jovens de hoje em dia?
Vejo os jovens de hoje muito ligados às aparências, ao que é material, ao ter e não tanto ao ser. Olho para alguns grupos de jovens e parecem-me todos formatados para o mesmo, não encontro neles interesse pelas questões políticas e socioeconómicas, a não ser criticá-las sem saber fundamentar (consequência de não se interessarem). Encontro jovens que não têm respeito pelos mais velhos, sejam eles familiares ou não, mais uma vez é indiferente. Não encontro na maioria vontade de saber mais, de irem mais além, e ultrapassarem as barreiras que encontram. Vejo jovens a viverem pela lei do menor esforço e cheios de razão ate ao pescoço e, para mim, esse é o maior problema. 

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